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Título: Métodos de criação de Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae) em laboratório e seu uso no controle de artrópodes-praga em cultivos de coqueiro e algodoeiro
Autor(es): Chagas, Rafaelly Cristina Mendonça
Orientador: Sato, Mario Eid
Data do documento: 19-Set-2023
Resumo: Diversos insetos e ácaros fitófagos causam danos significativos às plantas cultivadas limitando a produção agrícola no Brasil. Entre os insetos-praga, podemos destacar o pulgão do algodoeiro, Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae), que causa injúrias a muitas espécies de plantas hospedeiras, além de ser vetor de viroses de plantas. Entre os ácaros-praga, o ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) é considerado um dos ácaros fitófagos de maior importância para agricultura no mundo. O ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), é uma das pragas mais importantes de coqueiro e bananeira em diferentes países. Os crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) são considerados importantes inimigos naturais de um grande número de espécies de insetos e ácaros que atacam plantas cultivadas. O objetivo geral da pesquisa foi aprimorar os conhecimentos sobre biologia e ecologia do crisopídeo Chrysoperla externa (Hagen), visando o uso deste predador em programas manejo integrado de pragas no Brasil. Os objetivos específicos foram: 1) Estabelecer uma metodologia de criação de C. externa, com baixo custo de produção e menor dependência no uso de presas alternativas (Ephestia kuheniella) para o desenvolvimento do inseto; 2) Avaliar a influência do crisopídeo C. externa sobre os comportamentos de movimentação e oviposição dos ácaros T. urticae e R. indica, em laboratório; 3) Avaliar o comportamento de predação de larvas de C. externa sobre os ácaros-praga T. urticae e R. indica, em laboratório; 4) Avaliar o efeito da liberação de larvas de C. externa em plantas de algodoeiro e coqueiro, sobre o controle biológico de artrópodes- praga (pulgões e ácaros) associados. Os experimentos foram conduzidos nas dependências do Laboratório de Acarologia do Instituto Biológico, em Campinas, SP. Alguns ingredientes, como levedura de cerveja e complexo vitamínico, adicionados à dieta larval de C. externa favoreceram o desenvolvimento e a sobrevivência das larvas do crisopídeo. A adição de 20% de ovos de E. kuehniella a uma dieta artificial (a base de fígado de frango, farinha de grão-de-bico, gérmen de trigo e mel), possibilitou o desenvolvimento larval (L3) e pupal de C. externa, com taxas de sobrevivência iguais ou acima de 90%, com redução de custo em torno de 75%, em relação à dieta padrão com 100% de ovos de E. kuehniella. Os odores associados à presença de C. externa afetaram o comportamento de R. indica em arenas de folha de coqueiro, aumentando a sua velocidade de caminhamento em até 5,12 vezes e reduzindo a sua taxa de oviposição (27,8% em 48 horas). Os odores associados à presença de C. externa também afetaram o comportamento de T. urticae, porém, reduzindo a sua velocidade de caminhamento em até 21,9% (para a produção de teia de defesa) e a sua taxa de oviposição (23,9% em 48 horas), em arenas de folha de feijão-de-porco. As larvas de C. externa apresentaram alta capacidade de predação de R. indica, com taxas médias de predação de 70,4 ácaros adultos por larva de primeiro instar, de 87,6 ácaros por larva de segundo instar e 97,4 ácaros por larva de terceiro instar, em um período de quatro horas, em arenas de folha de coqueiro infestadas com 30 a 210 ácaros R. indica por larva do predador. As larvas do crisopídeo também apresentaram elevada capacidade de predação de ácaro-rajado, com taxas médias de predação de 39,7 ácaros adultos por larva de segundo instar e 45,7 ácaros por larva de terceiro instar, em um período de quatro horas, em arenas de folha de feijão-de- porco infestadas com 30 a 150 ácaros T. urticae por larva do crisopídeo. A taxa média de predação de ácaro-rajado por larva de primeiro instar de C. externa foi 8,4 vezes menor que a observada para a larva de segundo instar. O crisopídeo C. externa apresentou bom potencial de uso para o controle de A. gosypii, observando-se reduções populacionais de até 80% para o tratamento com liberação de 20 larvas de C. externa por planta de algodão, em 14 dias. Houve influência da posição dos insetos nas plantas de algodão, sobre o desempenho das larvas de C. externa no controle de A. gossypii, verificando-se os maiores índices de redução populacional da praga, nas folhas localizadas a 35 cm de altura. As larvas de C. externa apresentaram bom desempenho no controle de R. indica em plantas de coqueiro, observando-se reduções populacionais mais rápidas do ácaro-praga, para as maiores taxas de liberação do predador.
Descrição: Dentre os métodos que compõem o Manejo Integrado de Pragas (MIP), está o Controle Biológico (CB), que foi definido por Parra et al. (2021) em seu sentido restrito, como a utilização de organismos vivos que possuam pelo menos uma fase de seu ciclo de vida que realize o controle de artrópodes fitófagos, seja por parasitismo ou predação, visando suprimir a densidade populacional dessas pragas. Para o MIP não existe receita, sendo necessário que cada caso seja avaliado isoladamente.
Palavras-chave: Aphis gossypii
Raoiella indica
Tetranychus urticae
Algodoeiro
Coqueiro
Citação: CHAGAS, Rafaelly Cristina Mendonça. Métodos de criação de Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae) em laboratório e seu uso no controle de artrópodes-praga em cultivos de coqueiro e algodoeiro. 2022. 87f. Tese (Doutorado em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio) – Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, São Paulo, 2022
Número DOI: 10.31368/PGSSAAA.2022T.RC007
Idioma: pt_BR
Editora: Instituto Biológico
Local da Publicação: São Paulo
Linha de Pesquisa: Manejo integrado de pragas e doenças em ambientes rurais e urbanos
Agência de Fomento: CAPES e FAPESP
URI: http://repositoriobiologico.com.br//jspui/handle/123456789/1201
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