Análise crítica dos rodenticidas girassol impregnado e iscas peletizadas comercializados no estado de São Paulo

Abstract

O uso de sementes de girassol e iscas peletizadas é comum no controle dos roedores no país, mas nem sempre a eficácia é satisfatória. Com o objetivo de avaliar quais são as marcas de iscas rodenticidas de uso comercial e de venda livre, nas formulações girassol impregnado e iscas peletizadas vendidas no Estado de São Paulo e a sua qualidade, foi realizado um levantamento dos produtos vendidos. Todos foram testados se suas características físicas e químicas condiziam quanto as informações dos rótulos da embalagem, e se eram palatáveis e eficazes contra os roedores. Também foi investigada a presença de insetos em todas as embalagens adquiridas. As marcas comerciais consideradas satisfatórias foram expostas em granja, silo de concreto vertical e perímetro de prédio em área urbana por 30 dias e analisadas posteriormente quanto a contaminação por fungos e leveduras e se sua palatabilidade e eficácia continuavam. Doze marcas comerciais na formulação girassol impregnado de uso profissional e cinco marcas de venda livre foram conhecidas no levantamento. Na formulação isca peletizada foram conhecidas 12 marcas de uso profissional e nove marcas de venda livre. Os problemas encontrados nos produtos foram peso menor do que o descrito na embalagem, falta de padrão no tamanho e comprimento dos péletes, coloração das iscas atrativas para crianças, quantidade de pó alta, o que leva a perda do produto, quantidade do ingrediente ativo não condizente com os dados da embalagem e poucas marcas comerciais satisfatórias quanto a palatabilidade e eficácia (53,3% das iscas de girassol impregnado e 12,5% das iscas peletizadas). Foram identificadas nove espécies de insetos nas iscas rodenticidas. Quanto as iscas que foram expostas em campo, foi encontrado fungos contaminantes e leveduras. Apesar da presença de insetos e contaminação fúngica, 100% das iscas testadas continuaram satisfatórias quanto a palatabilidade e eficácia para os roedores. Os resultados demonstram a necessidade de padronização para a fabricação de rodenticidas nas formulações analisadas, visando a maior eficácia, segurança do consumidor e menor probabilidade de contaminação ambiental.