Differential toxicity and resistance of the spider mite Tetranychus urticae and the predator Neoseiulus californicus to the acaricides cyflumetofen and diafenthiuron

Abstract

A cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais e de grande importancia socioeconomica no Brasil, com destaque para o estado de Sao Paulo. A roseira tem importante participacao neste setor e em seu cultivo o ataque de insetos e acaros-pragas e frequente, com destaque o acaro-rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), que pode afetar a producao e a qualidade das flores produzidas. O acaro predador Neoseiulus californicus (McGregor) (Acari: Phytoseiidae) tem sido utilizado no Brasil para o controle biologico de acaros tetraniquideos em diversas culturas, incluindo morangueiro e roseiras. A pesquisa foi conduzida com os objetivos de: 1) avaliar o potencial de evolucao da resistencia e a estabilidade da resistencia, aos acaricidas diafentiurom e ciflumetofem, em populacoes de T. urticae, encontradas em cultivos comerciais de roseiras no estado de Sao Paulo; 2) estudar os mecanismos bioquimicos (enzimas metabolicas) associados a resistencia de T. urticae e N. californicus aos referidos acaricidas, visando explicar os possiveis contrastes na velocidade de evolucao da resistencia e tempo de reversao da resistencia aos acaricidas; 3) realizar o monitoramento da resistencia de T. urticae aos acaricidas, em populacoes do acaro-praga em diferentes regioes brasileiras. Os experimentos com T. urticae e N. californicus foram conduzidos no Laboratorio de Acarologia do Instituto Biologico, em Campinas, SP. Os resultados obtidos indicam maior potencial de evolucao da resistencia de T. urticae a ciflumetofem, em relacao a diafentiurom, com magnitudes de resistencia acima de 4.000 vezes para ciflumetofem e de apenas 55 vezes para diafentiurom. O acaricida ciflumetofem mostrou-se inocuo aos adultos de N. californicus, ao contrario de diafentiurom que apresentou toxicidade relativamente elevada (CL50 = 130 ppm) ao predador, com reducao significativa na taxa o aumento populacional do predador. A resistencia de T. urticae a ciflumetofem e diafentiurom mostrou-se instavel na ausencia de pressao de selecao, com tendencia de restabelecimento da suscetibilidade em um periodo de ate seis meses. Observou-se o envolvimento de monooxigenases dependentes do citocromo P450 na resistencia de T. urticae aos dois acaricidas e tolerancia de N. californicus a diafentiurom. Verificou-se elevada variabilidade na suscetibilidade de T. urticae aos acaricidas estudados, com frequencias de resistencia variando de 0 a 100% para ciflumetofem, e de 3,9 a 85,3% para diafentiurom.