Estudo de micovírus em Rhizoctonia solani como estratégia para o controle biológico de rizoctoniose em gramados

Abstract

Rizoctoniose de gramados, causada pelo fungo cosmopolita Rhizoctonia solani, internacionalmente denominada “large patch”, é uma doença comum e severa que ocorre em Zoyzia japonica, (grama Esmeralda), em todos as regiões onde é cultivada. No Brasil, grama Esmeralda corresponde a 74% da grama comercializada e a doença está sempre presente nos períodos de temperaturas amenas, sob condições de umidade. R. solani é um complexo de espécies, dividido em grupos e sub-grupos de compatibilidade somática variada (grupos de anastomose). R. solani é um dos fungos fitopatogênicos parasitados por micovírus. Com o objetivo de identificar e caracterizar R. solani em 25 amostras de grama Esmeralda coletadas nos municípios de São Paulo, Cotia, Bragança Paulista, Ilhabela e Itapetininga empregou-se o isolamento direto e a preservação em tiras de papel filtro e para detectar a presença de micovírus relacionados à virulência deste fungo, empregou-se o método de cromatografia em celulose não iônica. As características morfológicas dos isolados avaliados foram hifas aéreas, células multinucleadas, ausência de zonação e de escleródios e colônias de coloração marrom escura após 30 dias de crescimento a 25°C. O crescimento micelial médio diário foi em torno de 25 mm/dia a 25°C e houve baixo crescimento em temperaturas inferiores a 10°C e superiores a 35°C. Houve virulência variável na patogenicidade a grama Esmeralda. Pela identificação molecular dos isolados de R. solani, verificou-se que os mesmos pertencem ao grupo de anastomose AG-2-2 LP, grupo que já está associado a esta doença em outros países. Pela extração, purificação e digestão do dsRNA com endonuclease S1, verificou-se, em eletroforese em gel de agarose, a presença de bandas cujos tamanhos variaram de 2000 a valores superiores a 10000 pb, confirmando a presença de dsRNAs em todos os isolados. Em preparações de contrastação negativa, ao microscópio eletrônico foram visualizadas partículas isométricas com cerca de 40nm de diâmetro, nestes isolados. Por estes resultados, pode-se sugerir a presença de micovírus nos isolados de R. solani, cuja hipovirulência não pôde ser confirmada.