Impacto de agentes bacterianos do complexo de doenças respiratórias de suínos (CDRS) nos índices zootécnicos e no aproveitamento de carcaça em suínos em fase de terminação

Abstract

A suinocultura vem progredindo em grande escala, com uma maior tecnificação e assim possibilitando uma maior produção com estrutura e mecanismos desenvolvidos. Fatores ambientais, falhas de manejo e alta concentração de animais predispõem o plantel às doenças respiratórias graves que acarretam sérios prejuízos econômicos. Dentre as pneumonias bacterianas de importância, encontra-se a Pleuropneumonia Suína (PPS), doença causada pelo agente Actinobacillus pleuropneumoniae (App), acometendo os animais em fase de terminação, reduzindo o ganho de peso e podendo levar a condenação da carcaça dos suínos doentes. É de extrema importância que na ausência de App, seja realizado o diagnóstico diferencial das principais doenças bacterianas respiratórias que pertencem ao Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS): Mycoplasma hyopneumoniae, Pasteurella multocida, Haemophilus parasuis e Streptococcus sp. O presente estudo teve por objetivo diagnosticar do PPS em suínos em fase de terminação por meio de sorologia (ELISA), exame anatomopatológico (macroscopia e microscopia), cultivo microbiológico e Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR). O M. hyopneumoniae foi testado por nested PCR, a P. multocida e H. parasuis por multiplex PCR e o Streptococcus sp identificado por cultivo bacteriano. A investigação soroepidemiológica para PPS foi realizada em quatro granjas do Estado de São Paulo, totalizando 192 suínos na fase de terminação, sendo 2,09% reagentes. O histopatológico realizado em 135 amostras identificou lesões sugestivas de doença respiratória, como edema intersticial, intenso espessamento da pleura visceral e interlobular, enfisema pulmonar, presença de infiltrado inflamatório mononuclear e neutrófilos. No cultivo microbiológico realizado em 145 amostras não foi isolado o App, porém isolou-se o Streptococcus sp em 11,54% pulmões com lesões macroscópicas e microscópicas. Quanto a multiplex PCR para App e agentes diferenciais (P. multocida e H. parasuis), todas as 115 amostras foram negativas na PCR multiplex para o A. pleuropneumoniae quanto para P. multocida e H. parasuis. Apesar de vacinado contra a Pneumonia enzoótica, o plantel (115 amostras) apresentou elevado índice de positividade na nested PCR (98,26%), demonstrando endemicidade ao M. hyopneumoniae, pois a vacina ameniza sinais clínicos, mas não evita a infecção. Realizou-se a análise de variância em 115 amostras considerando a infecção mista por Streptococcus sp e M. hyopneumoniae, ou somente M. hyopneumoniae, tendo como variáveis zootécnicas: peso no nascimento, ganho de peso do nascimento ao abate, peso do suíno no final da terminação, e peso da carcaça após abate. Quanto à análise de variância para as lesões macroscópicas, o pulmão enfisematoso reduziu o peso ao abate e o peso da carcaça, porém não foi possível para esta amostragem, concluir o efeito destes patógenos nestas variáveis produtivas, sendo necessários estudos experimentais controlados e balanceados quanto ao número de animais positivos e negativos para patógenos, sexo e idade, e não vacinados contra M. hyopneumoniae, a fim de verificar a interferência dos patógenos respiratórios de suínos.